Doenças do coração representam maior índice de mortes no Brasil



As doenças cardiovasculares, que englobam as doenças do coração e dos vasos sanguíneos, como o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC), representam, conforme a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a principal causa de mortes no Brasil.

No período de 2004 a 2018, tais patologias foram responsáveis por quase 3,5 milhões de óbitos, cerca de 29% do total de mortes no período. Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), 17,5 milhões de pessoas morrem de enfermidades cardiovasculares a cada ano, o que representa cerca de 31% de todos os óbitos no planeta.

Além disso, ainda segundo a SBC, as doenças cardiovasculares causam o dobro de mortes decorrentes de todos os tipos de câncer juntos, 2,3 vezes mais que todos os óbitos por acidentes e violência, 3 vezes mais que as doenças respiratórias e 6,5 vezes mais que todas as infecções, incluindo a AIDS.

Apesar destes dados alarmantes indicarem certa falta de preocupação da população brasileira com a saúde do coração, especialistas afirmam que a informação, a prevenção e o tratamento adequados podem reverter essa grave situação e levar a um envelhecimento mais saudável. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), 80% dos eventos poderiam ser evitados com medidas relacionadas ao estilo de vida, como ter hábitos saudáveis, não ingerir bebidas alcoólicas, não fumar e praticar exercícios físicos regularmente.

De acordo com a cardiologista Priscilla Mendonça, Membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o descuido da população brasileira em relação à saúde do coração se deve ao fato de que, em geral, as pessoas só procuram atendimento médico quando apresentam algum sintoma, como dores de cabeça ou no peito. “Os fatores de risco para o desenvolvimento do infarto ou AVC, são, em sua maioria, silenciosos. Por não terem sintomas, a maioria das pessoas não procuram atendimento, não são diagnosticadas precocemente e não tem o tratamento adequado”, esclarece a médica, lembrando que desta forma, os programas de prevenção e a conscientização das pessoas podem reduzir os números já citados anteriormente, levando a um aumento da sobrevida.

Nesse sentido, a cardiologista destaca a importância da realização de exames periódicos. “Uma avaliação anual ou até mesmo em menor espaço de tempo tem por objetivo diagnosticar precocemente os fatores de risco e, dessa maneira, realizar intervenções eficazes, reduzindo o risco de infarto e AVC”, conta. Ela reforça que todas as pessoas, desde a infância, devem “se valer da ciência para a prevenção” e, no caso das doenças cardiovasculares, recomenda que a avaliação inicial seja precoce, ainda na terceira década de vida.

Segundo Priscilla Mendonça, a prática de atividades físicas e uma dieta balanceada também ajudam a evitar doenças cardiovasculares. “Exercitar-se faz com que todo o metabolismo se transforme. Quem pratica atividades físicas regularmente, reduz o risco de tornar-se obeso, presta mais atenção no que come, cuida-se melhor de um modo geral e consequentemente tem mais qualidade de vida”, diz a cardiologista, alertando: “o sedentarismo, por outro lado, aumenta o risco de hipertensão arterial, diabetes e dislipidemia, além de complicações cardiovasculares, como infarto ou AVC. Lembrando também que o tabagismo é um fator de risco cardiovascular modificável e deve ser suspenso”.

Mas não é preciso se tornar um atleta de alto nível para obter benefícios do exercício. Priscilla Mendonça observa que a prática de atividade aeróbica (caminhada, corrida, natação) durante 30 minutos por dia, já mostra bons resultados. E as pequenas iniciativas para se movimentar no dia a dia também são bem-vindas: levantar-se a intervalos regulares ao longo da jornada de trabalho para dar uma volta pelo escritório, optar pelas escadas em vez do elevador, deixar o carro na garagem e caminhar até a padaria.

A especialista diz que o Brasil também apresenta índices alarmantes em relação ao número de pacientes que não seguem adequadamente os tratamentos indicados pelos médicos. De acordo com ela, muitos dos hipertensos, diabéticos, dislipidêmicos ou com outras doenças cardíacas se tratam de forma irregular, não utilizando todos os medicamentos prescritos diariamente. “Isso quer dizer que grande parte da população que apresentam essas doenças, mantém risco cardiovascular alto, apesar da disponibilidade de tratamentos, muitos fornecidos gratuitamente pelos programas governamentais” esclarece. “No Brasil, morrem 350 mil pessoas por ano por doenças cardiovasculares. É como se, a cada dia, quatro aviões comerciais lotados caíssem e não deixassem sobreviventes. O mais importante é que mais da metade dessas mortes poderia ser evitada ou adiada em muitos anos, com tratamentos simples” finaliza.

Conheça os Fatores de risco e como como preveni-los através das orientações da Sociedade Brasileira de Cardiologia


1 - COLESTEROL
O excesso de colesterol LDL e triglicerídeos no sangue é prejudicial e aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares.

COMO EVITAR
Uma alimentação balanceada e rica em fibras ajuda a reduzir as taxas de colesterol.
A prática de exercícios físicos reduz os níveis de colesterol no sangue.

2 - HIPERTENSÃO ARTERIAL
É a principal causa de morte no mundo, sendo fator de risco para uma série de outras doenças.

COMO EVITAR
Previna-se desde cedo! A incidência da hipertensão aumenta com a idade.
A hipertensão não tem cura, mas pode ser controlada com tratamento.
A prática de exercícios físicos contribui para o controle da pressão arterial. Atenção! Pressão arterial acima de 14 por 9 caracteriza o estágio 1 da hipertensão

3 - TABAGISMO
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável em todo o mundo.

COMO EVITAR
Pare de fumar. É normal que, ao parar de fumar, os primeiros dias sem cigarros sejam os mais difíceis, porém, as dificuldades tendem a diminuir a cada dia. Se for preciso, procure ajuda médica.

4 - DIABETES
Decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos, causando aumento da glicose (açúcar) no sangue.

COMO EVITAR
Praticar exercícios físicos ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue.
Mantenha sempre um bom plano alimentar.

5 - ESTRESSE

Pode desencadear eventos cardiovasculares em pacientes de risco.

COMO EVITAR
Faça atividades físicas, mentais e recreativas regularmente.

6 – SEDENTARISMO
Caracterizado pela falta ou a diminuição da atividade física, o sedentarismo atinge órgãos vitais e impacta diretamente na saúde do coração, dos músculos e ossos.

COMO EVITAR
Atividade física de 30min por dia é o ideal, mas pequenas mudanças diárias já trazem benefícios à sua saúde (prefira escadas a elevadores, por exemplo).
Combine uma alimentação equilibrada à prática regular de atividades físicas

Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC

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Dra. Priscilla Mendonça - Cardiologia/Clínica Médica/ Ecocardiografia

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